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O avesso da missa

O bispo, preocupado com as missas da diocese, convocara os principais cantores e ele mesmo na manh� de s�bado deixara claro que esperava que no Ato Penitencial, no canto � Gl�ria de Deus, no Santo e no Cordeiro de Deus fossem escolhidas can��es que o povo cantasse junto.
Nada de solos. Que os cantos n�o fossem compridos demais. Que n�o se cantasse na hora do abra�o da paz. Que houvesse respeito ao sil�ncio da a��o de gra�as e que os m�sicos n�o tocassem naqueles tr�s minutos de ora��o silenciosa. Sobretudo que n�o houvesse can��es em tom que o povo n�o alcan�a
No dia seguinte, a cantora de voz maravilhosa que n�o fora ao encontro fez o avesso de tudo. Tocou e cantou tudo em tom oper�stico, cantou no abra�o da paz e n�o respeitou o sil�ncio enfiando pelos ouvidos do povo a sua mais recente exibi��o, uma linda can��o que nada tinha a ver com aquela parte da missa. Foi uma crise de queda de minist�rio quando o p�roco pediu a ela que seguisse as normas dada pelo bispo. Ali mesmo e voz alta de generala, ela pediu demiss�o, desafiando o padre a encontrar algu�m que soubesse m�sica como ela e seus tr�s acompanhantes� Por tr�s semanas o padre presidiu as missas sem can��o alguma, at� que o p�roco da cidade vizinha ofereceu um de seus grupos que cantava e tocava de acordo com liturgia.
Quem viaja h� mais de 40 anos a servi�o da catequese e assiste ou participa de missas no Brasil e no mundo n�o pode deixar de perceber a boa e a m� qualidade das celebra��es, por conta do presidente da assembl�ia, do pregador e dos m�sicos e cantores. H� os �timos, os bons e os intrag�veis. N�o sejamos negativos. Os �timos e os bons, felizmente s�o muitos. D� gosto ouvir alguns sacerdotes a explicar a missa daquele dia. D� gosto ouvir o coral e os m�sicos em algumas par�quias.
Mas o inverso da missa tamb�m existe. Percebe-se em alguns casos que nem o padre, nem cantores, nem m�sicos levam a s�rio as instru��es da Igreja sobre o seu papel na celebra��o que n�o � deles e, sim, da Igreja. O povo fica por amor a Jesus Cristo. Se fosse um teatro pago esvaziaria o lugar, em protesto pelo que tem de ouvir � sua frente: pregador repetitivo que nunca se fundamenta e cantores que n�o ensaiam.
Os bi�grafos de S�o Pio X registram o que ele j� percebera nos in�cios de 1900 a respeito da missa dos cat�licos. O papa autor do Motu Pr�prio, preocupado com a liturgia e sua dignidade via o que hoje ainda vemos: �s vezes os cantores extrapolam, improvisam a missa cinco minutos antes do canto de entrada, e, seja por desconhecimento das normas, seja por desprezo das mesmas, inverte a missa: canta-se mais do que se fala e canta-se diante do povo, mas n�o com o povo. Somados os minutos, a missa cheia de can��es compridas com refr�es cansativamente repetidos, d� 40 minutos de m�sica e 30 de fala� O templo vira anfiteatro, o altar vira palco, e a missa vira opereta. Escolhem-se can��es que s� o solista consegue executar. Assim, ele ou ela aparece com sua linda voz em mais uma brilhante exibi��o de talento para Jesus e para a assembl�ia. Falta penas a claque com a tabuleta escrita: �aplausos��
Na biografia de S�o Pio X que governou a Igreja por 9 anos, se l� que dos pregadores ele esperava que n�o pregassem o enrolez, isto �, n�o fossem engroladores de oremus, mas preparassem os serm�es e pregassem de verdade; n�o fossem peudo-Bossuet, imitadores de linguagens, com serm�es calcados em frases �bvias, daqueles que se tira da estante sem nenhum cuidado de estudar o texto do dia. Dos cantores ele pedia mais dignidade ao cantar nas missas. Era melhor regressar ao canto gregoriano do que cantar �rias de �peras na Igreja. Fugissem de cantos �gua com a��car. As can��es tivessem conte�do teol�gico s�lido e as melodias fossem adequadas a uma celebra��o.
Um s�culo depois em algumas par�quias nada mudou. N�o esquecendo os elogios a comunidades onde a missa � levada a s�rio e ningu�m aparece demais, n�o h� como silenciar diante das missas estruturadas para revelar padres e cantores televisivos. Fogem ao conceito de Celebra��o Eucar�stica. Em missas televisionadas a discrep�ncia � ainda maior porque os c�meras, despreparados para a f� cat�lica teimam em salientar detalhes que nada t�m a ver com a celebra��o; gastam 70% do tempo mirando o padre, como se a missa fosse ele ou dele. Se o Cristo aparecesse em pessoa provavelmente continuariam mirando o padre, tal a for�a e o charme do mais novo celebrante televisivo da regi�o. Exageros � parte reflitamos sobre a missa como ato da assembl�ia e n�o de uma ou duas pessoas.
As normas existem h� s�culos. Com o advento da Internet e da Televis�o a missa tornou-se cada dia mais virtual. A figura do celebrante ganhou closes e relev�ncia. Alguns n�o resistiram ao protagonismo e passaram a celebrar mais para as c�meras do que para os presentes, desfilando garbosos, para c� e para l�, suas vestes multicoloridas como o manto de Jos� do Egito. Esqueceram o detalhe de que apenas presidem a assembl�ia e de que n�o estr�iam mais um espet�culo de luz e de som.
A dignidade da fun��o n�o permite ao presidente da assembl�ia que extrapole em fun��es que n�o s�o suas, tanto quanto n�o permite ao cantor que d� seu show de talento. O padre que pega do viol�o na a��o de gra�as e canta sua mais nova can��o procure uma boa explica��o para aquele gesto, porque uma ou duas vezes em festas especiais passam, mas tr�s vezes por m�s � excesso� E aquele que insiste em improvisar a melodia do pref�cio, pagando um enorme mico porque criar melodia n�o � dom para qualquer um, tome li��es de canto. Os m�sicos presentes saem todos rindo do padre que come�ou cheio de si e acabou causando d�
Que se reveja tudo isso! Falar, a Igreja fala, mas ouvir, nem todos ouvem! Com isso, sofre o povo que merecia serm�es bem fundamentados e can��es que sustentam o texto daquele dia. Quem sabe, um dia, as missas em todas as par�quias cheguem ao que os documentos da Igreja prop�em que sejam�A Igreja muda devagar, mas muda!

Padre Zezinho scj
Jos� Fernandes de Oliveira
Sacerdote cat�lico, educador e pregador.

BEM VINDO FRANCISCO

�Bendito o que vem em nome do Senhor� � o clamor un�ssono de todos os cat�licos do mundo neste 13 de mar�o de 2013. � a Igreja que se re�ne fervorosa para receber o novo pai. Igreja que se mostra forte e vigorosa, animada e renovada, santa e militante a caminho da Igreja Triunfante que unida a n�s se rejubila no C�u Eterno neste dia t�o bendito. Outra vez nos sentimos aliviados e conduzidos, sob a luz e autoridade do cajado deste santo pastor com o qual Deus nos presenteou. Pastor humilde, pastor sereno e que j� no primeiro dia acostumou t�o rapidamente nossos ouvidos ao som de sua voz. Pastor que se curvou diante do rebanho solicitando suas ora��es e extasiando perplexos os cora��es de seus filhos.
Deus � maravilhoso, nos traz surpresas que n�o podemos imaginar. Quem de n�s no dia de hoje esperava contemplar esta maravilha, este verdadeiro sinal do cuidado e carinho de Deus por cada um de n�s atrav�s deste santo homem, que nos surpreendeu e, por um momento, arrebatou o mundo com seu testemunho, sua presen�a e santidade.
N�o nos esque�amos jamais deste dia cat�licos! Que ele fique cravado em nossos cora��es como aquela flecha afiada do Evangelho de Cristo que um dia nos feriu e para sempre nos marcou. Nos momentos de turbul�ncia, nos dias em que o mundo atacar nosso Pai Espiritual, nos lembremos deste dia e estejamos prontos para reconforta-lo com nosso reconhecimento, nosso carinho e principalmente com nossas ora��es, �s quais ele pr�prio t�o solicito se recomendou.
Hoje nossos p�s se firmaram outra vez Francisco, pois vimos em tua face o rosto de um pastor e ouvimos outra vez o Mestre que diz: �Tu �s Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno n�o prevalecer�o contra ela.�
Agradecemos a Deus por nos dar este presente. Agradecemos por pertencer a esta M�e, a Igreja Una Santa Cat�lica e Apost�lica, sacramento de salva��o para o universo e para toda a humanidade.
Agradecemos a Joseph Ratzinger esta d�diva com que seu servi�o e sua humildade nos presentearam. Agradecemos a Maria M�e da Igreja que nunca deixou de nos assistir e acompanhar como somente a m�e pode fazer a seus filhos. Seja Bem Vindo Francisco, santo medieval, jovem rico que se fez pobre e que renasce no nome do nosso Sumo pont�fice, neste tempo de turbul�ncias, para com seu carisma e humildade, atender ao pedido do Senhor que te diz: �Francisco! Reconstr�i a minha Igreja�. Tenha a certeza de que estamos unidos a ti e de que tens nossas ora��es e tamb�m o nosso cora��o.
Conrado de Oliveira Neto

Juventude: onde andam os jovens?

Enquanto escrevo este artigo, continuam a chegar not�cias e imagens da terr�vel trag�dia ocorrida em Santa Maria, RS., na madrugada deste domingo, dia 27 de janeiro. Mais de 230 mortos confirmados no inc�ndio da casa noturna. A maioria, jovens estudantes; Santa Maria � uma cidade universit�ria, com estudantes de todo o Brasil. Muita consterna��o.
Sofrimento e tristeza imensas abateram-se, de repente, sobre in�meras fam�lias, que punham tantas esperan�as nos seus filhos jovens, cheios de vida e de ideais. A dor � compartilhada pelo Brasil inteiro; de todos os lados, chegam mensagens de solidariedade, de autoridades pol�ticas, lideran�as comunit�rias e pessoas comuns do povo: todos gostariam de se manifestar, de fazer algo, de dizer uma palavra de conforto �s m�es desesperadas diante dos corpos estendidos no ch�o do gin�sio de esportes, para serem reconhecidos e identificados... � dist�ncia, nos colocamos em ora��o silenciosa, a pedir a Deus o conforto pelos que sofrem e a vida eterna para os que perderam t�o precoce e tragicamente para este mundo.
Vida e morte se encontraram numa circunst�ncia inusitada, enquanto os jovens festejavam e se alegravam... Da divers�o ao luto, em poucos minutos! Como � poss�vel que aconte�am trag�dias semelhantes? As responsabilidades ainda devem ser apuradas, mas tomam sobre si enormes encargos pela seguran�a, a integridade f�sica e a vida de outras pessoas aqueles que mant�m semelhantes locais de agrega��o de massas humanas, sejam os fins que forem; as medidas emergenciais de seguran�a estavam todas asseguradas e checadas? Espet�culos com elementos de risco estavam autorizados? Os locais estavam devidamente vistoriados e liberados pelas autoridades competentes? Estavam habilitados e treinados aqueles que deviam zelar pela seguran�a?
Ap�s a trag�dia, passado o sil�ncio respeitoso pelos mortos e aos muitos feridos e enlutados, resta a fazer uma reflex�o em v�rios setores: quanto vale a vida humana? Ele pode ser moeda de troca em fun��o de ganhos e lucros? Cada vida humana � �nica e preciosa, n�o podendo ser exposta ao perigo, de maneira leviana; mais ainda, quando se pretendem maiores ganhos, com menores despesas em seguran�a. Semelhantes trag�dias, igualmente em casas noturnas de divers�o, t�m acontecido em outros pa�ses tamb�m. N�o estaria na hora de haver maior vigil�ncia sobre a seguran�a de tais locais?
Para o Brasil, o motivo de tristeza ainda � maior, justamente neste ano, quando acontecer� a Jornada Mundial da Juventude, em julho, no Rio de Janeiro. H� poucas semanas, a cruz da Jornada da Juventude peregrinou por Santa Maria, com a acolhida e a participa��o entusiasta de milhares de jovens. Talvez, muitos dos que perderam a vida no inc�ndio estiveram tamb�m entre eles... E a juventude � tema da Campanha da Fraternidade, que ser� aberta na pr�xima Quaresma: �Juventude e fraternidade�.
A trag�dia de Santa Maria nos motiva a voltarmos nossas aten��es com maior empenho para os jovens: que n�o lhes falte a presen�a, o est�mulo e o bom exemplo dos adultos nas escolhas que devem fazer para a vida; que tenham oportunidades para se preparar bem para assumirem seu lugar na sociedade e seu rumo na vida; que n�o sejam abandonados, de maneira resignada, aos ide�logos do vazio e da desorienta��o antropol�gica e moral, ou aos que investem pesado neles para explorar suas energias jovens e sua vontade de viver em fun��o de manobras ideol�gicas ou ganhos econ�micos, conduzindo-os para os becos sem sa�da da droga, da corrup��o moral e social. Que n�o recebam apenas propostas vazias e nihilistas para suas vidas, mas orienta��es e indica��es s�lidas para a constru��o de seu futuro.
No Brasil, n�s temos neste ano uma chance de ouro para nos dirigirmos aos jovens. S�o eles que ter�o nas m�os a responsabilidade pela vida social, logo mais, daqui a poucos anos. E da vida da Igreja tamb�m. A Campanha da Fraternidade est� �s portas e a Jornada Mundial da Juventude j� est� mobilizando muitas energias jovens pelo Brasil todo. Como faremos para envolver a maioria absoluta dos jovens, que ainda n�o s�o alcan�ados pelas nossas propostas pastorais, nem nossas homilias dominicais, mas que se encontram, aos milh�es, nas escolas e universidades e nas casas de divers�o, s�bados � noite?
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de S�o Paulo

A coragem do desapego

Foi no Dia Mundial dos Enfermos que o Papa Bento XVI anunciou sua ren�ncia: "Depois de ter examinado repetidamente a minha consci�ncia diante de Deus, cheguei � certeza de que as minhas for�as, devido � idade avan�ada, j� n�o s�o id�neas para exercer adequadamente o minist�rio petrino. Estou bem consciente de que este minist�rio, pela sua ess�ncia espiritual, deve ser cumprido n�o s� com as obras e com as palavras, mas tamb�m e igualmente sofrendo e rezando".
Aos 78 anos, o cardeal Joseph Ratzinger foi eleito Papa pelo col�gio de cardeais. O conclave findo em 19 de abril de 2005 foi um dos mais r�pidos da hist�ria, tendo apenas quatro vota��es e dura��o de apenas 22 horas. No dia 24 de abril do mesmo ano tomou posse em cerim�nia na bas�lica de S�o Pedro em Roma.
Hoje com 85 anos, ele reconhece suas fragilidades em decorr�ncia da sa�de. Esta atitude de Bento XVI tem muito a ensinar a todos n�s crist�os. Seu gesto demonstra um desapego do poder. � servo e n�o senhor. Reconhece sua fragilidade sem medo de como ser� julgado. Seus limites f�sicos n�o o permitem estar � frente da Igreja. Reconhece que � hora de sair de cena para viver uma vida de ora��o ainda mais intensa. Sabe que deu a sua contribui��o a Igreja e n�o tem medo de que outro ocupe o seu lugar.
Para Bento XVI � mais importante que a Igreja Cat�lica Apost�lica Romana seja conduzida por outro Papa em melhores condi��es f�sicas que ele. N�o tem medo que outro ocupe seu lugar.
Sabedor que � tamb�m um ser humano e por isso tem pecados, ele pede ao final de sua carta perd�o pelos seus defeitos: "Caros irm�os, agrade�o sinceramente por todo o amor e trabalho com que voc�s me apoiaram em meu minist�rio, e pe�o perd�o por todos os meus defeitos".
Odiado por alguns e amado por muitos outros, Bento XVI conduziu com amor a Igreja nestes anos de pontificado. N�o abriu m�o dos valores que a Igreja acredita. Soube permanecer firme mesmo diante das criticas. Reconheceu erros e apontou solu��es. N�o agradou a todos, mas viveu daquilo que acreditou.
Ao renunciar ao pontificado no Dia Mundial dos Enfermos, o Papa Bento XVI, se une a todos aqueles que na vida reconhecem os seus limites e fragilidades. No tempo da vida Bento XVI ir� agora viver a esta��o do recolhimento e da ora��o.
Dentre os seus in�meros ensinamentos conosco fica seu exemplo de humildade diante das fragilidades da vida. Seu desapego ensina-nos a tamb�m vivermos com a consci�ncia de que somos apenas semeadores...
Padre Fl�vio Sobreiro da Costa

A esta altura do campeonato, ningu�m mais tem d�vida: se h� algo que, no mundo, caminha a passos de gigante � como se dizia nos tempos em que as coisas andavam normalmente, ou seja, devagar � � a comunica��o. Com tr�s ou quatro anos, qualquer crian�a j� � perita em tudo aquilo que eu nada entendo, como ipad, iphone, tablet, facebook, twitter, smartphone, etc.
Mas � j� que perguntar n�o ofende � pode-se afirmar, sem mais nem menos, que a comunica��o � a grande conquista da sociedade atual? Para uma multid�o de pessoas, a resposta vai em sentido contr�rio. Uma delas � Jean-Paul Sartre (1905/1980). Em sua c�lebre pe�a �A portas fechadas�, ele coloca num mesmo quarto de hotel um homem e duas mulheres. O local � hermeticamente fechado: n�o h� janelas e a porta est� trancada. A luz � intensa e o calor, insuport�vel.
Os tr�s inquilinos acabaram de falecer, e o lugar onde se encontram, � o inferno. Depois de uma vida devassa, onde o egocentrismo reinou soberano, ei-los im�veis, impass�veis e silenciosos, um frente ao outro, �comunicando� atrav�s dos olhos frios e inflex�veis o que lhes pesa no cora��o: a raiva e a frustra��o. Em dado momento, a tens�o � tamanha, que um deles explode e diz para os outros dois: "Voc�s lembram do enxofre, do fogo, dos diabos que os padres diziam existir? Como veem, nada disso � verdade. O inferno s�o os outros!".
Se comunicar � transmitir e oferecer o que se tem no cora��o, talvez Sartre tenha raz�o: � exatamente isso que faz da vida um inferno quando � somente o mal que vem � tona. Mas, pode acontecer tamb�m o contr�rio: se � o bem que irradiamos, o para�so come�a aqui e agora.
Infelizmente, a comunica��o cresce em sofistica��o, evolui na t�cnica, mas deixa a desejar no que � essencial: a comunh�o, partilhando as gra�as que Deus derrama em quantos se abrem ao seu amor. A hist�ria da humanidade � o reflexo da hist�ria que cada ser humano desenvolve em seu interior. Fa�amos a experi�ncia: nos dias em que tudo nos anda �atravessado�, dominados pela raiva, pela tristeza e pela desesperan�a, em poucos minutos contagiamos a todos os que nos cercam. Mas, se voc� tentar superar suas m�goas e amar (do jeito de Deus) cada pessoa que se aproxima, ver� que, em poucos instantes, o c�u come�a a brilhar ao seu redor.
Por que os meios de comunica��o social preferem muito mais divulgar not�cias aliadas aos sete v�cios capitais do que aos sete dons do Esp�rito Santo? N�o ser� porque somos muito mais influenciados por aqueles do que por estes? Ao leitor, a resposta!
Para o crist�o, comunica��o � a de Pentecostes, n�o a de Babel. Se, em Babel, as muitas l�nguas foram fruto do orgulho e causa de separa��o, em Pentecostes, elas criaram convers�o e comunh�o:"Todos ficaram repletos do Esp�rito Santo e come�aram a falar em outras l�nguas, conforme o Esp�rito lhes concedia. Cada um dos presentes os ouvia em sua pr�pria l�ngua anunciar as maravilhas de Deus" (At 2,4.11). � sempre assim: todos entendem a linguagem do amor!
Talvez tenha sido por isso que o Papa Bento XVI, em sua mensagem para o Dia Mundial das Comunica��es Sociais de 2012, lembrava que comunicar �, antes de tudo, silenciar, escutar e acolher: "O sil�ncio � parte integrante da comunica��o e, sem ele, as palavras ficam sem conte�do. No sil�ncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a n�s mesmos, nasce e se aprofunda o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou ouvimos do outro, discernimos como nos devemos exprimir. Calando, permite-se � outra pessoa que fale e se exprima a si mesma, e nos impede de ficarmos presos, por falta de adequada confronta��o, �s nossas palavras e ideias. Abre-se, assim, um espa�o de escuta rec�proca e a rela��o humana fica mais plena. � no sil�ncio que se identificam os momentos mais aut�nticos da comunica��o entre aqueles que se amam: o gesto, a express�o do rosto, o corpo, enquanto sinais que manifestam a pessoa. No sil�ncio, falam as preocupa��es, as alegrias, os sofrimentos, que encontram nele uma forma particularmente intensa de express�o. Do sil�ncio, nasce uma comunica��o ainda mais exigente, que faz apelo � sensibilidade e a uma capacidade de escuta que frequentemente revela a medida e a natureza dos la�os".
Dom Redovino Rizzardo
Bispo de Dourados (MS)

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