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Deus existe e está mais lá do que aqui. É maior e abrange muito mais do que nosso estreito e pequeno eu, nosso estreito e pequeno grupo, nossa estreita e limitada Igreja. Diante de Deus somos todos estreitos, pequenos e limitados. Mas ele é mais lá do que aqui. Está mais nos bilhões de humanos e nas inumeráveis e incontáveis vidas que criou do que em nós. Não o procuremos demais em nós mesmos, porque acharemos pouco sobre ele. É que nossa pasta é pequena demais para conter todas as informações sobre o infinito. Procuremo-lo nos outros e quase certamente acharemos mais dele do que acharíamos em nós. A alteridade tem mais de Deus do que tem a individualidade. Há muito mais de Deus em “nós” do que em “mim”.

Quando não conseguimos ver Deus nos outros, das duas uma: ou somos mais míopes do que admitimos ser, ou estamos demasiadamente voltados para o nosso espelho. Ele não é exclusividade de nenhuma pessoa, nenhuma religião, nenhum grupo, nenhuma filosofia ou teologia. É maior. A cachoeira também não é o ângulo pelo qual a observamos: é maior. Toda vez que engrandecemos demais o nosso eu ou a nossa missão e sempre que superlativizamos nossa religião ou nossa Igreja, apequenamos nossa ideia de Deus. Os fanáticos fazem isso embora não admitam que espremem o seu Deus ao tamanho de suas pregações. É incrivelmente pequeno o Deus dos pregadores obcecados com suas igrejas. Tem exatamente o tamanho de seus pequenos e desinformados miolos.

Um Deus que cabe em nossa cabeça não é Deus. Seria um Deus muito pequeno. Mas, se um pouco do que se sabe sobre Ele couber em nós, ai, sim, estaremos mais perto dele. Nunca nos será possível conter a estrela Sol, mas podemos fazer bom uso dos seus raios. Um pequeno raio dele é suficiente para iluminar o nosso quarto. Depende da abertura que lhe dermos...  

É bem aí que o fanático começa a soçobrar. Ele age como alguém possuído de Deus e detentor da sua exclusividade. Sua fala trai a ideia de que Deus o abrangeu, mas na verdade  é ele que pretende abranger o Deus que o abrange. Fala como se soubesse mais do que os outros, que ele sempre apequena. Sua comunicação é tão falha que confunde o fato de falar para milhões com ser mais iluminado do que os milhões de corações que ele atinge. Fala como quem tem e não como quem procura; como quem achou e não como quem está a caminho. O fanático chama de certeza o que não passa de desejo e esperança de alcançar. Vê e ouve o que não pode ser visto e ouvido. Preste atenção no seu discurso e perceberá a sua confusão mental. Viu uma réstia de luz e proclama que seus olhos viram o Sol. Toma sempre a parte pelo todo. O milagre não é milagre, a revelação não é revelação e a cura em geral é questionável. Mas seu marketing convence o seguidor de que, ali, Deus é 100%.

Sereno e bem mais próximo da verdade é quem admite que há mais de Deus fora dele do que dentro dele. Não terá perdido a perspectiva, por conseguinte não terá se desviado na fé. Seu barco não soçobrará!

Padre Zezinho scj

José Fernandes de Oliveira
Sacerdote católico, educador e pregador.

 

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