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A sede de felicidade foi colocada em nosso coração pelo próprio Deus, porque ele nos criou para sermos felizes com Ele. Mas o pecado desvirtuou o sentido da felicidade; e agora, ao invés de buscarmos a felicidade que traz alegria, corremos atrás da felicidade que traz somente o prazer.
Inventaram agora um tal SEGREDO, através do qual você pode satisfazer todos os seus desejos não atendidos até hoje; é um sonho, uma miragem no deserto. A felicidade não é esta proposta por esta magia fantasiosa. A Carta da Felicidade é aquela que Jesus nos ensinou no Sermão da Montanha.
Ser feliz não é ter uma vida perfeita, sem dor e sem lágrimas; mas saber usar as lágrimas para regar a esperança e a alegria de viver. Ser feliz é saber usar as pedras nas quais tropeçamos para reforçar as bases da paciência e da tolerância. Não é apenas se encantar com os aplausos e elogios; mas saber encontrar uma alegria perene no anonimato.
Ser feliz não é voar num céu sem tempestade, caminhar numa estrada sem acidentes, trabalhar sem fadiga e cansaço, ou viver relacionamentos sem decepções; é saber tirar a alegria de tudo isto e apesar de tudo isto.
Ser feliz não é só valorizar o sorriso e a festa, mas saber também refletir sobre o valor da dor e a tristeza. Não é só se rejubilar com os sucessos e as vitórias, mas saber tirar as grandes lições de cada fracasso amargo.
Ser feliz é não se decepcionar e nem desanimar com os obstáculos e dificuldades, mas usá-los para abrir as janelas da inteligência e modelar a maturidade.
Ser feliz é ser forte na hora de perdoar, ter esperança no meio da batalha árdua, lutar com bravura diante do medo, saber suportar os desencontros. É acreditar que a vida é a maior empresa do mundo.
Ser feliz é jamais desistir de si mesmo e das outras pessoas. É jamais desistir de ser feliz; vivendo e crendo que a vida é um espetáculo e um banquete.
Ser feliz é uma atitude de vida; uma maneira de encarar cada dia que recebemos como um lindo presente de Deus. É não se esquecer de agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida que se renova.
Ser feliz é crer que há pessoas esperando o seu sorriso e que precisam dele. É saber procurar o que há de bom em tudo e em todos, antes de ver os defeitos e os erros.
Ser feliz é não fazer dos defeitos dos outros uma distância mas uma oportunidade de aproximação e de doação de si mesmo. É saber entender as pessoas que pensam diferente de nós e saber ouvi-las atentamente, sem respondê-las com raiva.
Ser feliz é saber ouvir o que cada pessoa tem a nos dizer, sem prejulgar ou desprezar o que tem para nos dizer. É saber sonhar, mas sem deixar o sonho se transformar em fuga alienante.
Ser feliz é fazer dos obstáculos degraus para subir, sem deixar de ajudar aqueles que não conseguem subir os degraus da vida. É saber a cada dia descobrir o que há de bom dentro de você e usar isto para o seu bem e o dos outros.
Ser feliz é saber sorrir, mas sem se esconder maliciosamente atrás do sorriso; mostrar-se como você é, sem medo. É não ter medo dos próprios sentimentos e ter coragem de se conhecer e de se amar. É deixar viver a criança alegre, feliz, simples e pacífica que existe dentro de você.
Ser feliz é ser capaz de atravessar um deserto fora de si mesmo, mas ser sempre capaz de encontrar um oásis dentro no seu interior.
Ser feliz é ter coragem de ouvir um Não e continuar a caminhada sem desanimar e desesperar. É ser capaz de recomeçar de novo quando se errou o caminho. É acreditar que a vida é mais bela do que a suas dores, desafios, incompreensões e crises.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se fazer autor da própria história.
Ser feliz é ter maturidade para saber dizer “eu errei”; “eu não sei”; “eu preciso de você”…
Ser feliz é ter os pés na terra e a cabeça nas estrelas; ser capaz de sonhar, sem medo dos sonhos, mas saber transformar os sonhos em metas.
Ser feliz é ser determinado e nunca abrir mão de construir seu destino e arquitetar sua vida; não ter medo de mudanças e saber tirar proveito delas. Saber tornar o trabalho objeto de prazer e  realização pessoal.
Ser feliz é estar sempre pronto a aprender e se orgulhar de absorver o novo. Ter coragem para abrir caminhos, enfrentar desafios, criar soluções, correr riscos calculados. Sem medo de errar.
Ser feliz é saber construir equipes e se integrar nelas. Não tomar para si o poder, mas saber compartilhá-lo. Saber estimular e fortalecer os outros, sem receio que lhe façam sombra. É saber criar em torno de si um ambiente de fé  e de entusiasmo.
Ser feliz é não se empolgar com seu próprio brilho, mas com o brilho do resultado alcançado em conjunto. É ter a percepção do todo sem perder a riqueza dos detalhes.
Ser feliz é não se esquecer de agradecer o Sol, desfrutar gratuitamente dos encantos da natureza, do canto dos pássaros, do murmúrio do mar, do brilho das estrelas, do aroma das flores, do sorriso das crianças.
Ser feliz é cultivar muitas amizades; é estar pronto para ser ofendido sem ofender, sem julgar e condenar.
Ser feliz é não ter inveja e saber se contentar com o que se tem; é saber aproveitar o tempo que passa; é não sofrer por antecipação o que ainda não aconteceu; é saber valorizar acima de tudo a vida.
Ser feliz é falar menos do que se pensa; é cultivar uma voz baixa. É nunca deixar passar uma oportunidade sem fazer o bem a alguém.
Ser feliz é saber chorar com os que choram, sorrir com os que sorriem, rezar com os que rezam.
Ser feliz é saber discordar sem se ofender e brigar; é recusar-se a falar das faltas dos outros; é não murmurar.
Ser feliz é saber respeitar os sentimentos dos outros; não magoar ninguém com gracejos e críticas ácidas.
Ser feliz é não precisar ficar se justificando; pois os amigos não precisam de explicações e os inimigos não acreditam nelas.
Ser feliz é nunca se revoltar com a vida; é agir como a árvore que permanece calada mesmo observando com tristeza que o cabo do machado que a corta é feito de sua madeira.
Ser feliz é ser como a raiz da árvore que passa a vida toda escondida para poder sustenta-la.
Ser feliz é não deixar que a tristeza apague o seu sorriso; é não permitir que o rancor elimine o perdão; que as decepções eliminem a confiança; que o fracasso vença o desejo da vitória; que os erros vençam os acertos; que a ingratidão te faça parar de ajudar; que a velhice elimine em você o animo da juventude; que a mentira sufoque a verdade.
Ser feliz é ter força para ser firme, mas ter coragem para ser gentil; é ter coragem para ter dúvida.
Ser feliz é ter o universo como caminho; o amor como lei; a paz como abrigo; a experiência como escola; a dificuldade como estímulo; o trabalho como benção; o equilíbrio como atitude; a dor como advertência; a perfeição como meta.
Ser feliz é amar a Deus e ao próximo.
Professor Felipe Aquino
Comunidade Canção Nova.
(Do Livro: Para ser Feliz)

A arte de viver

A vida é um projeto a ser completado. Nascemos para buscar a perfeição. Somos o que somos por presente de Deus. Somos um presente não para fazer o que nós queremos, como se fôssemos um brinquedo na mão de uma criança. A criatura é a imagem viva do Criador.
Assim, o primeiro dever de cada homem e mulher é ser santo, cuidar da vida pessoal e do outro, desde a concepção até a morte natural. Por causa da promoção e defesa da vida a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em agosto de 2005, institucionalizou o dia oito de outubro como o Dia do Nascituro.
Mas quem é o Nascituro? É aquele ser humano que está no ventre materno antes que a mãe lhe dê à luz. Este possui o direito de ser respeitado na sua integridade. Já possui dignidade como qualquer pessoa. A semana que precede este dia é a Semana da Vida.
É uma ocasião especial para colocar em evidência o valor e a beleza desse Dom precioso que de Deus recebemos. De modo especial salientamos o valor sagrado da Vida Humana, sem nos esquecermos de todas as demais dimensões que esta abrange.
Diante de tantos ataques que a Vida vem sofrendo em nossos dias é nossa missão reafirmar sua importância inalienável e inegociável. Ela é o fundamento sobre o qual se apoiam todos os demais valores.
Mas quem é o Nascituro?
Entre as afirmações que servem de orientação está uma expressão retirada da Exortação Apostólica Familiaris Consortio, do Beato João Paulo II, na qual se verifica que Família e Vida são os dois grandes pilares da Igreja: "A Igreja é chamada a manifestar novamente a todos, com uma firme e mais clara convicção, a vontade de promover, com todos os meios, e de defender contra todas as insídias a vida humana, em qualquer condição e estado de desenvolvimento em que se encontre".
"Padre Rafael Fornasier, assessor nacional da Comissão, considera que o tema da Semana, de algum modo, prepara os cristãos para o iminente debate que deverá surgir no país com a retomada da discussão e votação que serão realizadas no Supremo Tribunal Federal sobre o aborto de crianças anencéfalas. ‘Há uma expectativa a respeito da análise do STF que vai fazer e que pode ser uma abertura para a legalização do aborto no Brasil’, adverte Padre Rafael. Segundo ele, poderá voltar o costumeiro embate entre a o conflito de direitos. ‘Não se nega o direito da mulher, mas que não seja em detrimento do direito da vida nascente’, lembra.
O assessor da CNBB frisa que por mais que seja uma vida curta – como ocorre com as crianças anencéfalas – é sempre uma vida humana e a Igreja sempre defendeu sua inviolabilidade desde a concepção até o seu termo natural" (CNBB).
"Como se aprende a arte de viver? A maior pobreza é a incapacidade de alegria, o tédio da vida considerada absurda e contraditória. A incapacidade de alegria supõe e causa a incapacidade de amar, inveja, avareza, todos estes são vícios que devastam a vida dos indivíduos e o mundo. Mas esta arte não é objeto da ciência, esta arte só pode ser comunicada por quem tem a vida aquele que é o Evangelho em pessoa (...): Jesus Caminho, verdade e vida" (Discurso do Cardeal Joseph Ratzinger durante o Congresso dos Catequistas e dos Professores de Religião - 10 de dezembro de 2000).
Fora desta escolha, continuaremos assistir a prepotência e a autonomia de grupos arrogando-se o direito de decidir sobre a consciência de cada um. Viver não é fazer o que se quer da vida, é querer a vida custe o que custar.
Que Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, proteja este país e suas crianças. Assim, desejamos que também as que estão no ventre de suas mães sejam defendidas e tenham o direito de viver.
Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá - PR

Começamos o mês lembrando Santa Terezinha do Menino Jesus. Considerada Doutora da Igreja, com permissão do Papa ela entrou no convento com catorze anos. No convento ela foi modelo de oração e de entrega à vontade de Deus. Oferecia tudo como sacrifício para o trabalho missionário.
Atingida por tuberculose, nunca negou trabalho algum. Aos vinte e quatro anos foi chamada por Deus ao Paraíso. Foi canonizada pelo Papa Pio XI em 1925. Em 1927, o mesmo Papa a declara Patrona Universal das Missões Católicas. Por isso, o mês de outubro é chamado de mês missionário. Entre os seus escritos o mais conhecido é "História de uma alma". O dia de Santa Terezinha é primeiro de outubro.
Outra marca inesquecível que recordamos neste mês é São Francisco de Assis, cuja festa é celebrada no dia quatro. Depois de uma juventude irrequieta e mundana, voltou-se para uma vida religiosa de completa pobreza. Com o hábito da pregação <http://pt.wikipedia.org/wiki/Prega%C3%A7%C3%A3o>  itinerante, desenvolveu uma profunda identificação com os problemas de seus semelhantes e com a humanidade do próprio Cristo.
Sua atitude foi original também quando afirmou a bondade e a maravilha da Criação <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cria%C3%A7%C3%A3o_(teologia)> , quando se dedicou aos mais pobres dos pobres, e quando amou todas as criaturas chamando-as de irmãos. Hoje é considerado patrono da ecologia. Assim dizia: "Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível". "Ninguém é suficientemente perfeito que não possa aprender com o outro e ninguém é totalmente destituído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão".
Já Nossa Senhora da Conceição Aparecida, cuja festa celebramos dia doze, foi proclamada Rainha e  Padroeira do Brasil oficimente em 16 de julho de 1930, por decreto do Papa Pio XI <http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Pio_XI> . Pela Lei nº 6.802 de 30 de junho de 1.980, foi decretado oficialmente feriado no dia doze de outubro.
Também nesta Lei, a República Federativa do Brasil reconhece oficialmente Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil. Em 4 de julho <http://pt.wikipedia.org/wiki/4_de_julho>  de 1980 <http://pt.wikipedia.org/wiki/1980>  o Papa João Paulo II <http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Jo%C3%A3o_Paulo_I  I> , em sua histórica visita ao Brasil, consagrou a Basílica de Nossa Senhora Aparecida <http://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_Nossa_Senhora_Aparecida> , o maior santuário mariano do mundo. No dia da padroeira, além das celebrações nas paróquias, nós em Maringá vamos viver o Cenáculo com Maria no Parque de Exposição e no final da tarde faremos a intronização da imagem de Nossa Senhora Aparecida na gruta do Parque Ingá.
Junto com a padroeira do Brasil lembramos as crianças, criaturas que merecem todo carinho, toda atenção, toda dignidade. Com a Mãe Aparecida, nossa prece pelas crianças do Brasil. E no final de outubro, no dia trinta, lembramos o Dia Nacional da Juventude com o tema: "Juventude e protagonismo feminino" e o lema: "Jovens mulheres tecendo relações de vida".  Vamos marcar este dia com uma caminhada pela cidade e a Santa Missa na catedral. Para finalizar, como não lembrar a festa do Círio de Nazaré, onde mais de dois milhões de peregrinos acorrem à Mãe de Deus e nossa Mãe. Este ano terei a graça de presidir a novena em Belém no Pará, no dia nove.
Outra notícia que nos enche de alegria é o dia de louvor à Maria, envolvendo muçulmanos e católicos, que acontecerá no dia vinte e quatro de março do próximo ano em Foz do Iguaçu. Mohammad Sammak, secretário geral do Comitê para o Diálogo Cristão Muçulmano, afirmou. "Estou pronto para ir onde a abençoada Maria quer que eu vá... para o Brasil e além... gosto de ver que comunidades cristãs e muçulmanas compartilham o amor de Maria e aqui ganham bênçãos". Que Maria, a Senhora Aparecida abençoe, a todos nós, brasileiros e brasileiras.
Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá-PR

Seletos manjares

A bíblia nos fala da vida eterna cheia de felicidade, comparando-a a um monte onde haverá alegria e deliciosos manjares, como fosse uma festa grandiosa e contínua (Cf. Isaías 25,6-10). Aliás, todo ser humano procura a felicidade ilimitada. Muitas vezes erra em colocar o objetivo mais elevado no imediato e de delícia efêmera. Prazeres, acúmulo de riquezas materiais e intelectuais, projeção pessoal e orgulho, quando buscados como finalidade de vida, desviam-no da finalidade última. Aliás, muita propaganda comercial e até instrucional têm levado a isso, provocando um verdadeiro consumismo insaciável. Uma vida mais comedida tem feito muitas pessoas a se perceberem instrumento de estímulo para ajuda ao semelhante na busca de valores mais perenes e condutores à altivez ética. Compreendem a preciosidade da existência para a promoção da vida e da dignidade humana, com a relatividade da caminhada terrestre e a colocação da finalidade última da vida no transcendente e na vida eterna. Mas não se furtam de valorizar a caminhada terrestre para uma convivência na justiça, na inclusão social dos mais frágeis e na luta pelo direito e o bem comum, além do cuidado com o planeta terra.
Compreendemos a vida humana na sua totalidade e perenidade. A fase terrena é como alicerce para a celeste. Esta depende de como vivenciamos o tempo presente. Muitos se afinam com o modelo de Cristo, que veio nos mostrar o caminho novo para a humanidade. O ser humano não basta a si mesmo, apesar de sua inteligência e sua ciência. É preciso pautar-se pela utilização de meios e modalidades aptos à sua relação com o Transcendente. Ensina-nos, de modo humano, como lidar com o semelhante. Aliás, a pedra de toque para a consecução do objetivo altamente feliz de sua caminhada terrena passa pela convivência na justiça e no amor em relação ao outro. Mais: o emprego do que é material, intelectual e sensível, é instrumento a ser empregado dentro de coordenadas éticas. A potencialização do humano com o amor divino faz o ser humano ser cada vez mais veloz na caminhada para a conquista salutar de seu objetivo último da vida.
Jesus fala do Reino de Deus e sua justiça, composto por quem dá de si pelo bem do outro. As bem aventuranças são o legado primoroso de seu ensinamento sobre a maneira de se colocar dentro desse Reino, que terá desfecho na felicidade imorredoura, no lugar definitivo dos seletos manjares. A prática do amor ao próximo dá o carimbo para a entrada nele. “Tive fome e me destes de comer...” . Não basta a tradução literal desse ensinamento. É preciso lutar pela superação das diversas fomes. A material é uma delas. Nesse ponto vale matar a fome com a promoção da política como real promoção da cidadania. A corrupção deve ser banida para haver essa possibilidade. A eleição de pessoas probas é fundamental para termos possibilidade de promover real justiça social. Ainda: A evangelização deve ser formadora de verdadeiros agentes de promoção da vida, com a consciência do seguimento da pessoa do Mestre e de seu ensinamento para todos. Com tudo isso, teremos a real possibilidade de ingresso naquele monte de eterna alegria, já degustada na terra como sua prévia!
D. José Alberto Moura, CS
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros - MG

Evangelizados para evangelizar

“Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 20,21) é o título da Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Missionário Mundial de 2011.
O mês missionário quer despertar, cultivar e fazer crescer em cada um de nós a consciência missionária. O mandamento missionário, confiado aos Apóstolos, continua válido em nossos dias.
O primeiro missionário foi o próprio Cristo, enviado ao mundo pelo Pai para anunciar a Boa-Nova do Reino. Jesus, por sua vez, funda a Igreja e envia-a evangelizar todos os povos, depois de enviar sobre ela o Espírito Santo, que a acompanhará e conduzirá em sua tarefa. “Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!” (1 Cor 9,16). Neste sentido, a Igreja é toda missionária, “enviada”, e o mundo inteiro é “terra de missão”.
A missão é urgente. Constatamos que o número dos que ignoram a Cristo, dos indiferentes e sem religião, está aumentando. Urge, pois, renovar nosso empenho em levar a todos o Evangelho com o entusiasmo dos primeiros cristãos.
Trata-se, como lemos na Mensagem do Papa, do  “serviço mais precioso que a Igreja pode prestar à humanidade e a cada pessoa que está em busca das razões profundas para viver em plenitude a própria existência”.
As pessoas que fizeram a experiência do encontro pessoal com Cristo ressuscitado sentem a necessidade de anunciá-lo aos outros, como fizeram os dois discípulos de Emaús. O beato João Paulo II exortava a estarmos “vigilantes e prontos para reconhecer o rosto do Ressuscitado e correr a levar aos nossos irmãos o grande anúncio: “Vimos o Senhor!”(NMI, 59).
Após dois mil anos de evangelização, existe um grande número de pessoas que ainda não chegaram ao conhecimento de Jesus Cristo e da sua Mensagem de salvação. E o que dizer daqueles que, embora tenham ouvido o anúncio do Evangelho, já não mais vivem a sua fé? Aumenta o número dos que vivem como se Deus não existisse...
Todos os seres humanos são destinatários do Evangelho. O Evangelho não é um bem exclusivo de ninguém. É um dom a ser partilhado, uma Boa Notícia a ser comunicada a todos. Essa tarefa foi confiada a todos os batizados e batizadas. As comunidades eclesiais, bem como cada fiel cristão, são responsáveis pela evangelização, não de maneira opcional, mas como “uma necessidade que se me impõe” (1 Cor 9, 16). Assim sendo, a dimensão missionária deve ser um compromisso assumido com ardor e amor por todos os fiéis cristãos, deve impregnar todas as pastorais e movimentos, levando a um maior conhecimento da pessoa de Cristo. Daí a necessidade de partirmos para a animação bíblica de toda a pastoral. Precisamos não só acolher a Palavra de Deus, senão também tornar-nos alma de toda a evangelização, isto é, rever nossas pastorais à luz da Palavra e nela aprofundar seu sentido missionário.
É necessário verificar a nossa vivência cristã e coerência com o Evangelho, a nossa atitude em relação à evangelização, para melhorar as nossas práticas e as nossas estratégias de anúncio. Precisamos interrogar-nos a fundo sobre a qualidade de nossa fé, sobre o nosso modo de sentir e de ser cristãos, discípulos missionários de Jesus Cristo enviados a anunciá-Lo ao mundo, de sermos testemunhas cheios do Espírito Santo (cf. Lc 24, 48s; At 1, 8), chamados a fazer, das pessoas de todas as nações, discípulos (cf. Mateus 28, 19s) (Documentos da Igreja – 6, Edições CNBB, 1ª Edição – 2011, pág. 18).
A realização do próximo Sínodo dos Bispos, cujo Tema é: “A Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã”, é motivo de esperança para um novo impulso da ação missionária.
“O Dia Missionário reavive em cada um o desejo e a alegria de “ir” ao encontro da humanidade, levando Cristo a todos!”, exorta Bento XVI.
Enfim, anunciemos Jesus Cristo com alegria! “Maria é feliz porque tem fé, porque acreditou e, nesta fé, acolheu no seu ventre o Verbo de Deus para dá-Lo ao mundo” (VD, 124).
Dom Nelson Westrupp, scj
Bispo Diocesano de Santo André - SP

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