O Papa Francisco no retorno do Rio de Janeiro a Roma, revelou aos jornalistas que ainda não havia sido decidida a data em que se celebraria a cerimônia de canonização de seus antecessores João Paulo II e João XXIII, mas adiantou que poderia ser na Solenidade de Cristo Rei, que se celebra em novembro, ou no dia 27 de abril de 2014, Domingo da Misericórdia. Em setembro deste ano anunciou oficialmente o dia 27 de abril. Hoje são mais de cinco milhões de peregrinos na cidade eterna para acompanhar essa cerimônia de canonização, cujo grito se ouviu naquele dia do sepultamento de João Paulo II: “Santo já”! Ao ser consultado sobre o modelo de santidade que para ele representam os dois Pontífices, o Papa Francisco assegurou que João Paulo II “foi um grande visionário da Igreja. Um homem que levou o Evangelho a todos. É um São Paulo. Um grande. Fazer a cerimônia de canonização junta é uma mensagem à Igreja: estes dois são bons”. Sobre o Papa João XXIII, chamado o Papa Bom, Francisco considerou que “João XXIII é um pouco a figura do padre do povo. O padre que ama cada um de seus fiéis e sabe cuidar de seus fiéis. E isto o fez como arcebispo, como núncio. É um padre do povo e com um senso de humor muito grande e uma grande santidade”. O Papa recordou que quando Dom Angelo Giusseppe Roncalli - logo João XXIII - era núncio, “alguns não gostavam muito dele no Vaticano e quando chegava para levar coisas ou pedir alguma coisa nos escritórios, faziam-no esperar. Nunca se queixava. Rezava o terço, lia o breviário. Era um homem humilde. E também alguém que se preocupava com os pobres”. Além disso, relatou que “uma vez, o cardeal Casaroli voltou de uma missão, acho que na Turquia ou na antiga Checoslováquia e foi vê-lo para informar-lhe da missão, naqueles tempos da diplomacia de pequenos passos. Quando Casaroli foi embora, parou-o e lhe disse: excelência, uma pergunta: você continua indo visitar aqueles jovens presos na prisão de menores de Casal del Marmo? O cardeal lhe disse que sim e João XXIII lhe pediu: não os abandone nunca”. João XXIII e João Paulo II são hoje para a humanidade dois grandes luminares, sinais da infinita misericórdia. Por isso que o Papa Francisco escolheu esse domingo, pois o próprio Papa João Paulo II foi o criador desse dia dedicado a recordar que Deus é Divina e permanente Misericórdia. Como afirmava Santa Faustina Kovalska: “A humanidade não encontrará a paz enquanto não se voltar com confiança, para a Misericórdia Divina”. Obrigado Senhor, por nos dar hoje esses dois exemplos de apóstolos santos, que nos animam também a sermos santos, com os pés no chão e o olhar na eternidade. São João Paulo II e São João XXIII, rogai a Deus por nós! Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá (PR)