No próximo domingo, os católicos do Brasil estarão celebrando a festa de sua padroeira: a Senhora da Conceição Aparecida. A história desta devoção teve inicio em 1717 quando três humildes pescadores (Filipe Pedroso, Domingos Garcia e João Alves) foram incumbidos de pescar a fim de servirem um jantar ao Governador da Província que chegaria para visitar a cidade. Sem nada conseguir, já estavam querendo desistir. Pela última vez lançaram as redes. No lugar de peixes apareceu o corpo de uma imagem. Curiosos lançaram de novo as redes e veio a cabeça que encaixou perfeitamente na imagem. Era uma imagem escura de terracota, que parecia ser Nossa Senhora da Conceição. A partir daquele momento a pesca foi abundante. Filipe Pedroso levou a pequena imagem para sua casa. Os visinhos começaram a visitá-la, pedindo para que Nossa Senhora intercedesse em suas necessidades. Em 1732, Atanásio, filho de Filipe Pedroso construiu um oratório para a imagem que ficou cada vez mais conhecida como “Aparecida”, por ter aparecido nas águas do rio.A devoção se espalhou por todo o Brasil. Seu santuário, localizado na cidade de Aparecida, estado de São Paulo, é a segunda maior basílica do mundo. Consegue abrigar em seu interior até 70 mil peregrinos. Todos os anos, mais ou menos 10 milhões de peregrinos a visitam. Mas não é apenas no Santuário de Aparecida que os fiéis manifestam sua devoção. Pelo Brasil afora são milhares de igrejas dedicadas a Senhora de Aparecida. Em nossa Diocese de Cornélio Procópio três paróquias, a de Leópolis, a de Uraí e a de Congonhinhas, a tem como padroeira.No meio da multidão de devotos, destaca-se um. Trata-se do Papa Francisco. Em sua viagem ao Brasil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, seu primeiro encontro com o povo aconteceu no santuário de Aparecida. Começou sua homilia dizendo: “Quanta alegria me dá vir à casa da Mãe Aparecida”. Neste mesmo sermão exclamou: “Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe!”.No encontro que teve com os bispos do Brasil presentes na Jornada Mundial da Juventude assim se expressou: Em Aparecida, Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe. Mas, em Aparecida, Deus deu também uma lição sobre si mesmo, sobre seu modo de ser e agir. Uma lição sobre a humildade que pertence a Deus como traço essencial e que está no DNA de Deus. Há algo de perene para aprender sobre Deus, em Aparecida; um ensinamento que nem a Igreja do Brasil nem o próprio Brasil devem esquecer”. Passou em seguida a dar uma explicação muito original sobre o encontro da imagem pelos pescadores. Segundo o Papa Francisco, há em Aparecida “um ensinamento que Deus quer nos oferecer. Sua beleza refletida na Mãe, concebida sem pecado original, emerge da obscuridade do rio. Em Aparecida desde o início, Deus dá uma mensagem de recomposição do que está fraturado, de compactação do que está dividido. Muros, abismos, distâncias ainda hoje existentes estão destinados a desaparecer. A Igreja não pode descurar esta lição: ser instrumento de reconciliação”.Celebrando mais uma vez a festa de nossa padroeira, procuremos pôr em prática o pedido do Papa.Dom Manoel João FranciscoBispo Diocesano